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Um quarto só seu: e três ensaios sobre as grandes escritoras inglesas: Jane Austen, Charlotte & Emily Brontë e George Eliot Encadernação com grampos – Edição especial, 17 março 2021
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- Número de páginas240 páginas
- IdiomaPortuguês
- EditoraBazar do Tempo
- Data da publicação17 março 2021
- Dimensões18.4 x 12.4 x 1.8 cm
- ISBN-10658671933X
- ISBN-13978-6586719338
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Descrição do produto
Sobre o Autor
Julia Romeu é tradutora literária há mais de quinze anos, tendo traduzido obras de autoras como Jane Austen, Charlotte Brontë e Louisa May Alcott. É doutoranda em Literaturas de Língua Inglesa pela UERJ. Escreveu, em parceria com Heloisa Seixas, os musicais Era no tempo do rei, com músicas de Aldir Blanc e Carlos Lyra e Bilac vê estrelas, com músicas de Nei Lopes. As duas também escreveram juntas Carmen: A grande Pequena Notável, biografia de Carmen Miranda com ilustrações de Graça Lima que ganhou o Prêmio FNLIJ 2015 de Melhor Livro Informativo.
Socorro Acioli é jornalista, escritora, doutora em literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora do Programa de Escrita e Criação da Universidade de Fortaleza – Unifor.
Trecho. © Reimpressão autorizada. Todos os direitos reservados
Detalhes do produto
- Editora : Bazar do Tempo; 1ª edição (17 março 2021)
- Idioma : Português
- Encadernação com grampos : 240 páginas
- ISBN-10 : 658671933X
- ISBN-13 : 978-6586719338
- Dimensões : 18.4 x 12.4 x 1.8 cm
- Ranking dos mais vendidos: Nº 76,296 em Livros (Conheça o Top 100 na categoria Livros)
- Nº 909 em Teoria e Crítica Literária
- Nº 1,323 em Livros de Crítica Literária
- Nº 4,275 em Ciências Sociais Política e Ciências Sociais
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"É por isso que Napoleão e Mussolini enfatizam tanto a inferioridade das mulheres, pois, se elas não fossem inferiores, deixariam de engradecer os homens."
"É por isso que Napoleão e Mussolini enfatizam tanto a inferioridade das mulheres, pois, se elas não fossem inferiores, deixariam de engradecer os homens."
Nesta minha leitura mais recente pensei bastante em dinheiro. Mais especificamente, no dinheiro gasto em vestidos de noiva. Mais especificamente ainda, nos vestidos de noiva meu e da minha mãe.
O que eu me recordo de conversas passadas é que minha mãe teve dois vestidos de casamento: um para a cerimônia de cartório e outro para a festa. Eu tive um só: o que usei no cartório. Nossas festas foram em casa; eu não tive bolo.
Mas, para além desses pormenores, há algo mais importante, que exemplifica muito bem um dos pontos os quais Woolf expunha lá na Inglaterra, em 1928: tanto minha mãe quanto eu compramos nossos vestidos de noiva. Com nosso dinheiro. Esse dinheiro que nos permite fazer escolhas; que nos proporciona um quarto só nosso.
No caso da minha mãe, ela usou o que seria seu último salário do supermercado onde trabalhava como caixa. Depois disso, ela jamais teria um quarto só seu. Nenhum dinheiro só seu. Nenhuma decisão que dependesse apenas de sua vontade.
Acho que é por isso que eu amo tanto esse livro. Cada vez que eu leio, consigo ver uma realidade além daquela inglesa, do século XX (e anteriores). Consigo ver uma realidade minha, da minha mãe, das mulheres da minha família. Das minhas amigas, de conhecidas nossas. Uma realidade de nós, mulheres. O dinheiro é algo importante para todas as pessoas. Mas para as mulheres, ele é ainda mais primordial. Dinheiro e a liberdade para ter momentos de ócio e experimentação.
Se eu fosse homem, talvez não considerasse em momento algum da minha vida a origem e o simbolismo do dinheiro empregado nas roupas de casamento de quem quer que seja. A vida do meu pai, por exemplo, não mudou muito depois do casamento. Ele continuou sendo livre.
A desigualdade entre homens e mulheres é um dos objetos de reflexão em Um quarto só seu. Veja um destaque que fiz da primeira leitura deste livro:
“Se Shakespeare tivesse uma irmã igualmente (ou mais) talentosa, teria ela as mesmas condições e oportunidades que o bardo? Teria tido a mesma educação, a mesma liberdade? Teria tido tempo para ler, sem interrupções, os clássicos da literatura mundial, assim como seu irmão? Teria tido um teto todo seu para escrever? Em sua adolescência, poderia escolher não se casar com o noivo pretendido por seu pai? São questionamentos plausíveis que nos fazem refletir sobre a desigualdade entre homens e mulheres, desde os tempos mais remotos. Seria essa história comum, pelo menos em partes, ainda nos dias de hoje?”
Dei mais detalhes sobre o conteúdo do texto de Virginia Woolf na resenha que postei aqui em 2016. Um quarto só seu (ou Um teto todo seu, em algumas edições) é um livro imperdível: leio sempre que posso, nas mais diversas edições diponíveis em português. Recomendo muitíssimo MESMO.
Sobre a edição da Bazar do Tempo
A edição da Bazar do tempo acompanha, ainda, os ensaios: Jane Austen, Jane Eyre e o Morro dos ventos uivantes e George Eliot.
No primeiro ensaio, Virginia Woolf fala um pouco sobre Jane Austen, entremeando vida e obras da autora. Vamos do divertido e pueril Amor e Amizade, até seus romances mais famosos, como Orgulho e preconceito. Woolf procura destrinchar o modo com que Jane Austen constroi suas narrativas: partindo de elementos simples do cotidiano de sua época e classse social (a pequena nobreza rural inglesa do século XIX), ela entrega várias camadas não só de ironia, artifício pelo qual é bastante conhecida, mas pinta todo um cenário o qual não é preciso que certas características ou acontecimentos estejam descritos palavra por palavra na história. Nós sabemos o que aconteceu, ainda que ela não tenha dito. Se você nunca leu Jane Austen, certamente este ensaio de Virginia Woolf vai lhe convencer! Se já leu, talvez você encontre um novo olhar sobre o conjunto da obra a partir da vida dessa escritora.
Jane Eyre e o Morro dos ventos uivantes é sobre a força que emana dos romances de Charlotte Brontë e Emily Brontë, respectivamente.
“Em outras palavras, nós lemos Charlotte Brontë não por sua magnífica capacidade de observar personalidades — seus personagens são vigorosos e rudimentares; não pela comédia — a dela é sombria e grosseira; não em busca de uma visão filosófica da vida — a dela é a da filha de um pároco do interior; mas por sua poesia. Isso provavelmente ocorre com todos os escritores que, assim como ela, têm uma personalidade avassaladora, de modo que, como dizemos na vida real, basta-lhes abrir a porta para impor sua presença. Há neles uma ferocidade indomada que trava uma luta eterna com a ordem aceita das coisas e que os faz desejar criar instantaneamente em vez de observar pacientemente.”
“[Emily Brontë] era capaz de libertar a vida de sua dependência dos fatos; com alguns toques, indicar o espírito de um rosto, de modo que ele não precisasse de um corpo; falando dos urzais, fazer o vento soprar e o trovão ressoar.”
Por fim, Virginia Woolf diz que o romance Middlemarch, da escritora George Eliot (pseudônimo de Mary Ann Evans), é
“um livro magnífico que, com todas as suas imperfeições, é um dos poucos romances ingleses escritos para adultos”.
Neste ensaio, a autora fala sobre as críticas sofridas por Eliot em suas obras e tece as suas próprias críticas; buscando também correspondências entre a escritora e sua biografia.
Foi uma grande sacada da Bazar do Tempo incluir esses textos em Um quarto só seu. As autoras esmiuçadas por Woolf em seus ensaios, cada qual com sua particularidade, origem e época, não são somente algumas das grandes escritoras inglesas de todos os tempos, mas também viveram na pele várias das dificuldades expostas por Virginia Woolf. Desta forma, essa edição expande e exemplifica um dos temas principais de que trata o livro: mulheres e a ficção.