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a máquina de fazer espanhóis Capa comum – 3 agosto 2016
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Depois de perder a mulher, o barbeiro António Jorge da Silva passa a viver num lar de idosos. Os quartos da ala direita dão para um jardim onde crianças brincam. Os da esquerda, reservados aos acamados, têm vista para o cemitério. Que alegrias pode a vida oferecer a alguém tão próximo de seguir esse caminho?
A convivência com funcionários e pacientes do asilo, entre eles o centenário Esteves “sem metafísica”, do poema “Tabacaria”, de Fernando Pessoa, revela a António uma nova possibilidade de existência. Como a flor que fura o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio, a prosa trágica e divertida de Valter Hugo Mãe busca, na humanidade dos que padecem, material para louvar a vida, mesmo em suas manifestações mais ameaçadas.
- ISBN-108525062529
- ISBN-13978-8525062529
- Edição1ª
- EditoraBiblioteca Azul
- Data da publicação3 agosto 2016
- IdiomaPortuguês
- Dimensões21.8 x 14.8 x 1.6 cm
- Número de páginas264 páginas
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Detalhes do produto
- Editora : Biblioteca Azul; 1ª edição (3 agosto 2016)
- Idioma : Português
- Capa comum : 264 páginas
- ISBN-10 : 8525062529
- ISBN-13 : 978-8525062529
- Dimensões : 21.8 x 14.8 x 1.6 cm
- Ranking dos mais vendidos: Nº 6,043 em Livros (Conheça o Top 100 na categoria Livros)
- Nº 727 em Ficção Literária Literatura e Ficção
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Logo no início, conhecemos o Antonio Silva, um senhor de 84 anos que passa pela triste situação de perder sua esposa, com quem era casado há quase 50 anos. De uma hora para outra, além da dor da perda do amor de toda uma vida, foi levado (diga-se, deixado) num asilo, o "Lar da Feliz Idade", munido apenas de uma sacolinha e suas memórias.
O texto é um verdadeiro poema do início ao fim. Melancolia, tristeza, revolta, luto são temas recorrentes na escrita, com diálogos espetaculares que nos levam a inúmeras reflexões sobre a vida. Instalado num quarto com grades na janela, a teimosia de não querer ter mais alegrias na vida que lhe resta (pois lhe falta Laura, e isso é muita coisa) faz com que esse senhor seja visto como chato ou, como o próprio autor chama, "casmurro". Todavia, a convivência com pessoas da mesma idade - com histórias de vida diferentes e tortuosas quanto a dele - levam o senhor Silva a ter amizade com alguns personagens, como o senhor Pereira, o Silva da Europa, o centenário Esteves, entre outros.
É uma obra tocante, que trata de temas como abandono, morte, memória, solidão, nossas próprias omissões, mas também amizades e amor. Fala também do período da ditadura de Salazar (que vigorou em Portugal de 1932 a 1974), e de como o país foi afetado. É um livro reflexivo, em que a maior lição talvez seja a de que nunca deixamos de aprender, por mais velhos que sejamos, a vida sempre ensina, e que sempre vale a pena ser vivida. E, ainda que com o coração repleto de saudades, há sempre espaço para o novo, para o aprender.
Como uma brasileira que voltou recentemente a suas origens portuguesas, me propus ler mais narrativas não só de autores portugueses, mas também com temáticas específicas do povo. Então, introduzo uma descrição deste livro dizendo que, a máquina de fazer espanhóis, na verdade, trata profundamente do Português.
António Jorge da Silva, ou senhor Silva, está no hospital quando sabe da morte da esposa, sua parceira há quase 50 anos. Como se o sofrimento não fosse suficiente, ele é enviado pela filha para um lar para idosos. Silva não se esforça para se adaptar à nova vida, quiçá abandonar sua amargura da perda. Com 84 anos, lhe falta disposição para o que lhe resta de tempo.
Todo contexto me é distante: a velhice, o abandono, a proximidade da morte, às críticas religiosas e até a ditadura. Porém, não há um momento em que eu não fique deslumbrada com o lirismo de Valter Hugo Mãe. Eu me perdi e me encontrei muitas vezes nas diversas reflexões, metáforas, nos problemas e até na leveza de alguns momentos.
Com 84 anos, Silva entende que ainda não viveu tudo, e que precisou “deste resto de solidão para aprender sobre esse resto de amizade”. Com uma vida dedicada à família, são as novas amizades que lhe dão fôlego para seus últimos suspiros.
Um livro emocionante, mas não do tipo que nos faz chorar. Por que? Pelo simples fato se ser construído na lucidez dos momentos e das palavras. Silva detalha sua inconformidade com a morte da esposa, detalha suas dores e fraquezas, de corpo e alma, suas reflexões sobre a morte e a vida, mas segue com sua obrigação de continuar vivo e seguir em frente.
Neste livro, também nos deparamos com partes importantes da história de Portugal: a ditadura salazarista e a mais recente aproximação do país com o restante da Europa.
Seria então, a máquina de fazer espanhóis algo positivo? Entrarmos em uma máquina e sairmos de lá diferente? Este é o grande ponto de Valter Hugo Mãe. Isso ocorre quando entramos numa ditadura, assim como se entrássemos em um asilo, e até se considerarmos imigrantes entrando em um novo país.