Charles Dickens é um dos grandes escritores da literatura, autor de clássicos aclamados como Grandes Esperanças, A Casa Bleak, Um Conto de Duas Cidades e David Copperfield, bem como outros extremamente populares, como Oliver Twist e Um Conto de Natal. O autor ainda hoje é considerado o maior vendedor de livros da Inglaterra, ele tem aquele mistério que não se explica, e que consegue aprisionar e encantar o leitor, desde o mais simples ao mais erudito, encontrado em pouquíssimos escritores, além dele só me lembro deTólstoi com esse magnetismo.
Seus romances eram publicados na forma folhetinesca, ora semanais, ora mensais, e eram acompanhados por toda a nação, lembrando as atuais novelas e séries televisivas. Esta característica explica o tamanho dos livros, pois, da mesma forma que uma novela de sucesso é esticada e uma série ganha novas temporadas quando fazem muito sucesso, o público adorava os romances do autor e ele era induzido a não acabar logo, e espichar a história. Da mesma forma, ele mudava o enredo movido por pressão, para agradar os leitores, como ocorre com novelas e séries. Também gostava de umas improváveis coincidências que enlouqueciam sua plateia, mas faziam a crítica torcer o nariz.
David Copperfield é o filho favorito do autor, um dos mais amados pelo público, mas certamente não é o seu melhor livro, título normalmente concedido ora à Casa Bleak, ora à Grandes Esperanças. Mas, independente do lugar no pódio, é uma obra-prima que emociona qualquer um que encare suas páginas, 1160 nesta edição. Se classifica no gênero bildungsroman, criado por Goethe no seu Wilheim Meister, romance de formação, que mostra a evolução e aprendizado do personagem desde sua tenra idade. O livro tem características autobiográficas, com vários personagens e acontecimentos inspirados na vida do próprio autor.
Os personagens da história são altamente marcantes e cativantes, como o perverso Uriah Heep, que serviu de nome para a maravilhosa banda britânica de hard rock, Steerforth, rebelde sem causa, bad boy, o Sr Barkis, sempre disposto, a imatura Dora, a tia Betsey , a anãzinha impagável, azougada, Srta. Mouche, e tantos outros.
A edição da Penguin-Companhia das Letras sucede a maravilhosa edição da Cosac naify, com a mesma tradução espetacular de José Rubens Siqueira, de longe a melhor em língua portuguesa, e os ensaios de Jerome Buckley e Sandra Guardini Vasconcelos, maravilhosos, sem falar no breve ensaio de Virginia Woolf, para fechar com louvor este presente para os leitores.
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- Mas as modas são como os seres humanos. Surgem ninguém sabe quando, como ou por quê, e desaparecem ninguém sabe quando, como ou por quê. Na minha opinião, é tudo como a vida, se a gente olha desse ponto de vista.183 leitores do Kindle destacaram isso
Da editora
LEIA UM TRECHO DO ENSAIO ESCRITO POR VIRGINIA WOOLF
Quando lemos Dickens, reformulamos nossa geografia psicológica; esquecemos que algum dia já sentimos os prazeres da solidão ou observamos com assombro as intricadas emoções de nossos amigos, ou nos deslumbramos com as belezas da natureza. O que nos lembramos é do ardor, da excitação, do humor, da estranheza do caráter das pessoas; do cheiro, do sabor, da fuligem de Londres; das incríveis coincidências que conectam as vidas mais remotas; da cidade, dos tribunais, do nariz deste homem, do coxear daquele; de alguma cena debaixo de um arco ou numa avenida; e, acima de tudo, de alguma figura gigante e marcante, tão plena, tão repleta de vida que não existe isolada ou solitária, mas parece precisar de uma multidão de outras para se concretizar, para tornar existentes as partes secionadas que a completam, de forma que aonde quer que ela vá é o centro do bom humor, da alegria, do preparo do ponche; a sala está cheia, as luzes brilham [...].
SOBRE O AUTOR
CHARLES DICKENS (1812-1870) foi um dos mais importantes autores ingleses de todos os tempos. Autodidata, aprendeu taquigrafia e trabalhou como repórter antes de tornar-se, ainda jovem, um escritor de enorme sucesso. É autor de Uma canção de Natal e Grandes esperanças, entre outros diversos títulos.
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| Mrs. Dalloway | Hamlet | Uma canção de Natal | Grandes Esperanças | |
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Sobre o autor
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